“Setenta
semanas foram fixadas para o teu povo e a tua cidade santa para fazer
cessar a transgressão e lacrar os pecados, para expiar a iniqüidade e instaurar
uma justiça eterna, para sigilar visão e profecia e para ungir o santo dos
santos.” Daniel 9:24
Setenta semanas
correspondem a 490 dias (70 x 7 dias = 490) ou, em linguagem profética,
490 anos.
”Mas, amados, não
ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como
um dia”. II
Pedro 3:8.
Assim, contando 490 anos a partir de 457 AP. chegamos
com precisão ao ano 33 DP(490 – 33
ou –457 +490=33). Cabe registrar que, como não há um ano “0” dividindo os períodos AP e DP, a
Crucificação ocorreu em 33 DP, ano
em que Jesus teria, então, 33 anos de idade.
Daniel 9:25 – “as 7 semanas” e “as 62 semanas”
Aqui Daniel apresenta o período supracitado dividido em duas
fases.
“Fica
sabendo, pois, e compreende isto: Desde a promulgação do decreto sobre o
retorno e a reconstrução de Jerusalém até um Príncipe Ungido, haverá sete
semanas. Durante sessenta e duas semanas serão novamente construídas
praças e muralhas, embora em tempos calamitosos.”. Daniel 9:25.
A primeira fase, as 7 semanas, profetiza o
período “oficial” da
reconstrução de Jerusalém, que terminou em 408 AC. Assim, 7x7 dias=49
dias, ou 49 anos, donde -457+49=408 AC.
A segunda, as 62 semanas, refere-se à continuidade da
reconstrução (detalhes como praças, muralhas...) e o tempo a decorrer até o
início do ministério de João Batista em 26 DP(62x7=434 dias, donde -408+434=26
DP). Aqui também se aplica a mesma observação do parágrafo supra em relação à
ausência do ano "0", o que conduziria a profecia a 27 DP.
Daniel 9:27 - “1 semana” e “meia semana”
“Ele
confirmará uma aliança com muitos durante uma semana; e pelo tempo
de meia semana fará cessar o sacrifício e a oblação...” Daniel 9:27.
Refere-se ao período de 7 anos (1 semana =
7 dias) entre o início do ministério de João Batista e a Crucificação de
Jesus, de 26/7 DP a 33/4 DP. A meia semana corresponde
a 3,5 anos e se refere ao tempo do ministério de Jesus, o qual começou aos Seus
30 anos de idade (Lucas 3:23) e terminou 3,5 anos mais tarde com Sua
Ascensão.
Daniel 8:14 - “2300 dias e será feita justiça ao Santuário”
É neste ponto que a pergunta-título “Por que a Fé
Bahá'í surgiu em 1844?” é
respondida. Lembremos do que os discípulos pediram a Jesus: “Dize-nos quando vai
ser isso, e qual o sinal da tua Vinda e da consumação dos tempos” Mateus
24:3.
Respondendo aos discípulos (Mateus 24:4-14), Jesus fala
dos sinais da consumação dos tempos e de Sua vinda através
de imagens simbólicas, tais como: guerras [conflitos
espirituais, individuais e coletivos], fome [fome espiritual], terremotos [a
insegurança causada pelo chão tremendo sob os pés], falsos profetas [aqueles
que se aproveitam da insegurança e desviam o povo].
É verdade que essas alegorias espirituais podem também
representar eventos no mundo físico. Todavia, a identificação tais eventos como
os sinais preditos se afigura inconclusiva, porquanto guerras,
fome, terremotos e falsos profetas são
infelizmente corriqueiros na história humana.
Logo a seguir, Jesus informa quando vai ser
isso:
“Quando, portanto,
virdes a abominação da desolação, de que fala o profeta Daniel, instalada no lugar santo - que o
leitor entenda!” Mateus
24:15.
Assim, na visão de Daniel que fala da
abominação da desolação é a chave para se saber quando Jesus
voltaria. A passagem a que Cristo se
refere é certamente aquela encontrada em Daniel 8:13-17, a qual revela com
extrema clareza o período até o tempo do Fim, ou da consumação
dos tempos, quando, então, Sua vinda ocorreria. Daniel relata
que, em sua visão, um santo indagou a outro:
“...
Até quando irá a visão do sacrifício perpétuo, da desolação da
iniqüida-de [a abominação da desolação], e do
Santuário e da legião calcados aos pés?” Daniel 8:13.
“Até duas mil e trezentas tardes e
manhãs [dias, portanto]. Então será feita justiça ao
Santuário.” Daniel 8:14.
“Gabriel, explica a este a visão!” Daniel
8:16
“Então ele me disse: “Filho do homem, fica
sabendo que a visão se refere ao tempo do Fim”
Daniel 8:17.
Utilizando os mesmos parâmetros que se confirmaram corretos
para interpretar as Profecias de Daniel referentes ao Primeiro Advento de Jesus,
o resultado será:
2300 anos contados a partir de 457 AP = 1844 DP (ano
“0” adicionado)
E disse: "Vou contar-lhe o que acontecerá
depois, no tempo da ira, pois a visão se refere ao tempo do fim”.
O carneiro de dois chifres que você viu representa
os reis da Média e da Pérsia. Daniel 8:19-20.
O bode peludo é o rei da Grécia, e o grande chifre
entre os seus olhos é o primeiro rei.
Os quatro chifres que tomaram o lugar do chifre
que foi quebrado são quatro reinos que surgirão da nação daquele rei, mas não
terão o mesmo poder. Daniel 8:21-22
Comentários sobre a abominação da desolação,
ou desolação da iniqüidade, e legião calcados aos pés serão
feitos adiante, quando mencionarmos alguns aspectos do Islã.
Outros eventos ocorreram em 1844 que pudesse representar o
tempo do fim e o segundo advento de Jesus?
É de se notar que o surgimento do Báb não pode ser entendido
como uma tentativa de cumprimento “forçado”
da profecia de Daniel, até porque o evento ocorreu no rígido mundo Islâmico
Shiita(Xiita) da Pérsia do século XIX, onde a leitura, ou mesmo a posse, de
qualquer livro que não fosse diretamente relacionado ao Corão era proibida.
Assim, aqueles milhares que aceitaram apaixonadamente o Báb, a ponto de dar
suas vidas por Sua Causa, não tinham conhecimento das expectativas messiânicas
Cristãs.
Uma vez mais a Unidade Teológica se revela. É que, no Islã
Shiita predominante no Irã, há uma profecia de que o 12º Imame,
Muhammad al-Mahdí, considerado o legítimo sucessor de Maomé e desaparecido no
ano 260 AH (Anno Hegira), retornaria no Dia do Julgamento como
um libertador. No Corão está escrito: “No fim,
subirão até Ele num dia que, para vossas medidas, equivale a mil anos. Ele é o
vosso Senhor.” (Surah 32-5, equivalente a 2 Pedro 3:8).
Assim, a profecia era esperada para ocorrer no ano
Islâmico de 1260 AH (1260+1000), o qual, como comentaremos adiante,
corresponde ao mesmo ano de 1844 DC. A Data 1844 do calendário Gregoriano
é, 1260 AH do Calendário mulçumano.
Ele rege todos os assuntos, desde o céu até à
terra(1226); logo (tudo) ascenderá a Ele, em um dia cuja duração será de mil
anos, de vosso cômputo. Surah 32-5 - pg 356
Como disse, o ano 1260 do calendário Islâmico corresponde
exatamente ao ano 1844 do calendário Gregoriano. Ora, então as duas
testemunhas (Maomé e Ali) “testemunharam” por 1260 anos, vestidas de saco (à moda
antiga), sob a abominação da desolação causada pelos Umayyads.
Assim, só resta saber o que ocorreu em 1844 DC aos Judeus, o povo
santo, para o completo entendimento das profecias até aqui analisadas.
O Ano 1260 A.H., somando-se as cifras 1,2,6 e 0 iguala-se a
nove, valor numérico da palavra Bahá, pela tabela cabalística também é 9.
– A única Sura que não começa com a Invocação, antes
mencionada, é a 9º.
Daniel 12:12 - “1335 dias”
Imediatamente após predizer a Proclamação de Bahá'u'lláh no
versículo acima, a visão de Daniel informa. “Bem-aventurado aquele que perseverar, chegando a mil
trezentos e trinta e cinco dias.” Daniel
12:12. O texto é claramente uma
continuação do versículo anterior, cujo tema é a Revelação de Bahá'u'lláh.
Os 1335 anos, contudo, devem agora ser entendido como anos
solares, já que esse é o sistema de contagem de tempo utilizado no momento e
lugar onde término do período se dá. Assim, contando 1335 anos a partir da
Trégua de al-Hudaybiyyah* de 628 DP, chegamos a
1963 DP (628+1335), o ano do estabelecimento da Casa Universal de
Justiça no Monte Carmelo, em Israel, o grande marco da expansão global da Fé
Bahá'í, exatamente no ano do centenário da Proclamação de Bahá'u'lláh.
* O Tratado de Hudaybiyah foi uma trégua
entre os Muçulmanos, liderados pelo profeta Maomé, e a tribo Quraysh, assinada
no oásis de Al-Hudaybiyah.
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