Circuncisão masculina é a remoção do prepúcio do pênis humano. No procedimento mais comum, o prepúcio é
aberto, as aderências removidas e a pele separada da glande. Posteriormente é colocado um grampo
próprio para estabilizar o pênis e a pele do prepúcio é cortada. O procedimento
também pode ser realizado sem um instrumento próprio. Para diminuir as dores e
a ansiedade pode por vezes ser usada anestesia local ou de aplicação
tópica, embora a anestesia
geral seja também uma opção em adultos e crianças.
Na maior parte dos casos, a circuncisão é uma cirurgia planeada e realizada em
bebes e crianças por motivos culturais e religiosos. No entanto, em alguns casos pode ser
realizada como tratamento médico para uma série de doenças, entre as quais
casos problemáticos de fimose, infecções crônicas do trato urinário e balanopostite(inflamação conjunta da
glande e prepúcio) que
não responda a outros tratamentos. No
entanto, está contra-indicada em casos de determinadas anormalidades da
estrutura genital ou má condição física geral.
A
circuncisão no geral está associada à diminuição da incidência de formas cancerígenas do vírus
do papiloma humano e à diminuição do risco
de infecções do trato urinário e de cancro
do pênis. No entanto, a prevenção destas condições não
justifica a circuncisão de rotina em crianças.
No
Judaísmo, a circuncisão faz parte da lei religiosa e é uma prática comum entre
muçulmanos, cristãos coptas[1] e ortodoxos etíopes. O termo
"circuncisão" tem origem no latim circumcidere, que significa
"cortar a volta".
[1] Igreja Ortodoxa Copta de
acordo com a tradição, foi estabelecida no Egito por volta do ano de 42 d.C. É
uma igreja ortodoxa oriental, isto é, uma igreja cristã que, por não aceitar o
Concílio de Calcedónia, não está em comunhão com a Igreja Ortodoxa nem com a
Igreja Católica. Pratica o rito alexandrino, assim como as co-irmãs Igreja
Ortodoxa Etíope, Igreja Ortodoxa Eritreia, Igreja Católica Eritreia, Igreja
Católica Etíope e Igreja Católica Copta.
A influência da cultura grega começou a predominar no Médio
Oriente e culminou no abandono da circuncisão por muitos povos. Mas, quando o
rei sírio Antíoco IV Epifânio proscreveu a circuncisão, deparou-se com mães
judias dispostas antes a morrer do que a negar aos seus filhos o “sinal do
pacto”.
Anos mais tarde, o imperador romano Adriano (117-138) obteve
a mesma reação quando proibiu aos judeus circuncidar seus recém-nascidos. No
intuito de evitar zombaria e ridículo, alguns atletas judeus que desejavam
participar nos jogos helenísticos procuravam tornar-se “incircuncisos” por meio
de uma operação destinada a restabelecer certa semelhança de prepúcio.
A circuncisão torna-se um requisito obrigatório na Lei dada a
Moisés conforme Levítico 12:
2Fala aos filhos de Israel, dizendo: Se uma mulher
conceber e der à luz um menino, será imunda sete dias, assim como nos dias da
separação da sua enfermidade, será imunda.
3E no dia oitavo se circuncidará ao menino a carne
do seu prepúcio. Levítico 12:2-3.
Isto era tão importante que, mesmo que o 8.º dia calhasse no
sabá, a circuncisão teria de se realizar. No primeiro século da Era Cristã, era
costume social entre os judeus dar nome ao recém-nascido do sexo masculino no
momento da circuncisão. Mas os profetas do Antigo Testamento mostravam que mais
importante do que a circuncisão literal é a circuncisão figurativa ou "circuncisão do coração".
(Deuteronômio 10:16; Deuteronômio 30:6; Jeremias 4:4;
Jeremias 9:25).
Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração, e
não mais endureçais a vossa cerviz.
Deuteronômio 10:16
E o Senhor teu Deus circuncidará o teu coração, e o
coração de tua descendência, para amares ao Senhor teu Deus com todo o coração,
e com toda a tua alma, para que vivas. Deuteronômio 30:6.
Circuncidai-vos ao Senhor, e tirai os prepúcios do
vosso coração, ó homens de Judá e habitantes de Jerusalém, para que o meu furor
não venha a sair como fogo, e arda de modo que não haja quem o apague, por
causa da malícia das vossas obras. Jeremias 4:4.
Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me
entender e me conhecer, que eu sou o Senhor, que faço beneficência, juízo e
justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor.
Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que castigarei a
todo o circuncidado com o incircunciso.
Ao Egito, e a Judá, e a Edom, e aos filhos de Amom,
e a Moabe, e a todos os que cortam os cantos do seu cabelo, que habitam no
deserto; porque todas as nações são incircuncisas, e toda a casa de Israel é
incircuncisa de coração. Jeremias 9:24-26.
Aos judeus insensíveis às palavras dos profetas chama-se
figurativamente “incircuncisos” (Jeremias 6:10; Atos 7:51).
A quem falarei e testemunharei, para que ouça? Eis
que os seus ouvidos estão incircuncisos, e não podem ouvir; eis que a palavra
do Senhor é para eles coisa vergonhosa, e não gostam dela. Jeremias 6:10.
Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e
ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais.
Atos 7:51.
É a igreja cristã nacional do Egito (copta significa egípcio)
e uma das igrejas da Ortodoxia Oriental mais antigas do mundo. A maior igreja
cristã do Norte da África, é governada pelo seu primaz, o Papa Tawadros II de
Alexandria, juntamente com o seu Sínodo.
A circuncisão aparece pela primeira vez na Bíblia, como o
sinal da Aliança de Deus com o povo de Israel, através de Abraão.
A circuncisão é o corte de parte da pele do
prepúcio do membro sexual masculino, conforme:
9Disse mais Deus a Abraão: Tu, porém, guardarás a minha
aliança, tu, e a tua descendência depois de ti, nas suas gerações.
10Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim
e vós, e a tua descendência depois de ti: Que todo o homem entre vós será
circuncidado.
11E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e
isto será por sinal da aliança entre mim e vós.
12O filho de oito dias, pois, será circuncidado,
todo o homem nas vossas gerações; o nascido na casa, e o comprado por dinheiro
a qualquer estrangeiro, que não for da tua descendência.
13Com efeito será circuncidado o nascido em tua
casa, e o comprado por teu dinheiro; e estará a minha aliança na vossa carne
por aliança perpétua.
14E o homem incircunciso, cuja carne do prepúcio
não estiver circuncidada, aquela alma será extirpada do seu povo; quebrou a
minha aliança. Gênesis 17:9-14.
Ela é uma ordem de Deus para todos os
elementos do sexo masculino que pertencem ao povo de Israel (judeu). Deve
acontecer no oitavo dia após o nascimento de todo menino do povo, conforme
Gênesis 17:12. Esse procedimento é feito até hoje da mesma forma como Deus
ordenou e por pessoas especializadas, geralmente numa cerimônia na casa dos
pais das crianças, do povo judeu. Nada mudou na circuncisão desde o tempo de
seu início.
É também uma medida higiênica que ajuda a
evitar a contaminação de algumas doenças transmitidas sexualmente.
Pedro e o grupo dos cristãos considerados como
judaizantes, entendiam que todos os que não eram circuncidados e que faziam sua
adesão a Jesus, também deveriam ser circuncidados, conforme.
Então alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim
os irmãos: Se não vos circuncidardes conforme o uso de Moisés, não podeis
salvar-vos. Atos 15:1.
Já Paulo entende de outra forma, os cristãos que
não eram circuncidados, não precisavam ser circuncidados, pois a essência do
cristianismo não está na circuncisão, como é o significado dela para o povo
judeu. Para Paulo o importante é a fé em Jesus, pois foi Ele quem nos
justificou e não a observância da Lei de Moisés. Paulo fez uma crítica
severa a Pedro e a Barnabé quando estes se afastaram dos cristãos que não eram
circuncidados, veja Gálatas 2,11-14. Só depois de muito tempo de reflexão sobre o assunto, no chamado
Concílio de Jerusalém, é que aos cristãos que não eram circuncidados, só é
pedido que: abstenham-se de carnes sacrificadas aos ídolos, das carnes de
animais sufocados e de uniões ilícitas, conforme:
Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e
do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação, das quais coisas bem fazeis se
vos guardardes. Bem vos vá. Atos 15:29
Resumo
A
circuncisão, no povo de Israel, consistia em um talhe de pele praticado em todo
indivíduo masculino oito dias após o seu nascimento. O Senhor Deus houve por
bem impô-lo a Abraão (séc. XVIII a. C.) e a seus descendentes como sinal da
Aliança travada com este Patriarca (cf. Gênesis 17,9-14).
Tal devia ser a importância desse rito na legislação de Israel que o varão
incircunciso havia de ser considerado como prevaricador da Aliança.
Consciente
disto, o rei sírio Antioco IV Epifanes em 167-164 a.C., querendo desviar da
religião revelada o povo de Israel, lhe proibiu a praxe da circuncisão Os
judeus que então frequentavam os teatros e ginásios dos pagãos, eram objeto de
escárnio público; para evitá-lo, não poucos apostataram da fé, cancelando,
mediante operação adequada, o sinal da circuncisão existente em sua pele.
A
respeito do modo de executar a circuncisão, sabe-se que podia ser praticada
mediante lâminas de pedra (cf. Êxodo
4:24-26;
Josué 5:3); o seu ministro habitual era o pai da
criança ao menos nos inícios da história de Israel (cf. Gênesis 17:12).
E Abraão circuncidou o seu filho Isaque, quando era da idade de oito
dias, como Deus lhe tinha ordenado. Gênesis 21:4.
No
judaísmo posterior, ou seja, nos tempos de Cristo, havia um oficial
especialmente designado para cumprir o rito, que obedecia ao seguinte
cerimonial:
A
circuncisão se dava geralmente em uma sinagoga, na presença do um mínimo de dez
testemunhas e geralmente de manhã. Dois assentos eram preparados no recinto
sagrado: um para o padrinho do candidato, o outro para o profeta Elias, que os
rabinos imaginavam estar presente, baseando-se em uma interpretação sutil do
texto de Malaquias 3:1, combinado com 3 Reis 19:10.
Fazia-se
o talhe na criança em meio a louvores e preces dirigidas a Deus.
A
seguir, impunha-se o nome à criança, pois o Senhor deu novo nome a Abraão
quando lhe prescreveu a circuncisão (cf. Gênesis 17:5): de então por diante, o
menino passava a fazer parte do povo de Deus e devia ser reconhecido por seu
apelativo característico.
A
cerimônia terminava com uma refeição em família. Quando a criança no seu oitavo
dia de vida estava doente, esperava-se a cura para fazer a operação ritual.
Caso morresse antes do oitavo dia, era circuncidada em seu lençol mortuário
sobre o respectivo túmulo, a fim de que não ficasse privada do sinal distintivo
da aliança com Deus.
Alguns
rabinos afirmavam que o varão, trazendo a marca da circuncisão, não poderia
sofrer a ruína eterna após a morte; Abraão, um anjo ou o próprio Senhor
cancelariam o sinal sagrado nos pecadores que se perdessem para sempre. Rabi
Levi julgava que Abraão ficava à porta da geena (região dos réprobos) a fim de
colocar em todo israelita culpado um prepúcio (segmento de pele íntegra) tirado
de uma criança falecida sem circuncisão (Bereschith rabba 48 [30a. 49]). —
Estas proposições, por muito fantasistas que sejam, têm o valor de atestar a
grande estima que Israel devotava à mencionada instituição.
A maior parte dos povos pratica a circuncisão nos jovens, quando entram em puberdade (os árabes que na época era chamados de “Arábia pré-islâmica” a executam aos treze anos de idade, reproduzindo o que se deu em seu famoso antepassado Ismael; cf. Gênesis 17:25. Pode acontecer, porém, que seja aplicada a crianças recém-nascidas. Ismael deu origem ao povo árabe;).
E Ismael, seu filho, era da idade de treze anos, quando lhe foi circuncidada a carne do seu prepúcio. Gênesis 17:25.
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