terça-feira, 12 de junho de 2018

Circuncisão




Circuncisão masculina é a remoção do prepúcio do pênis humano. No procedimento mais comum, o prepúcio é aberto, as aderências removidas e a pele separada da glande. Posteriormente é colocado um grampo próprio para estabilizar o pênis e a pele do prepúcio é cortada. O procedimento também pode ser realizado sem um instrumento próprio. Para diminuir as dores e a ansiedade pode por vezes ser usada anestesia local ou de aplicação tópica, embora a anestesia geral seja também uma opção em adultos e crianças. Na maior parte dos casos, a circuncisão é uma cirurgia planeada e realizada em bebes e crianças por motivos culturais e religiosos. No entanto, em alguns casos pode ser realizada como tratamento médico para uma série de doenças, entre as quais casos problemáticos de fimose, infecções crônicas do trato urinário e balanopostite(inflamação conjunta da glande e prepúcio) que não responda a outros tratamentos. No entanto, está contra-indicada em casos de determinadas anormalidades da estrutura genital ou má condição física geral.
A circuncisão no geral está associada à diminuição da incidência de formas cancerígenas do vírus do papiloma humano e à diminuição do risco de infecções do trato urinário e de cancro do pênis. No entanto, a prevenção destas condições não justifica a circuncisão de rotina em crianças.

No Judaísmo, a circuncisão faz parte da lei religiosa e é uma prática comum entre muçulmanos, cristãos coptas[1] e ortodoxos etíopes. O termo "circuncisão" tem origem no latim circumcidere, que significa "cortar a volta".

[1] Igreja Ortodoxa Copta de acordo com a tradição, foi estabelecida no Egito por volta do ano de 42 d.C. É uma igreja ortodoxa oriental, isto é, uma igreja cristã que, por não aceitar o Concílio de Calcedónia, não está em comunhão com a Igreja Ortodoxa nem com a Igreja Católica. Pratica o rito alexandrino, assim como as co-irmãs Igreja Ortodoxa Etíope, Igreja Ortodoxa Eritreia, Igreja Católica Eritreia, Igreja Católica Etíope e Igreja Católica Copta.

A influência da cultura grega começou a predominar no Médio Oriente e culminou no abandono da circuncisão por muitos povos. Mas, quando o rei sírio Antíoco IV Epifânio proscreveu a circuncisão, deparou-se com mães judias dispostas antes a morrer do que a negar aos seus filhos o “sinal do pacto”.
Anos mais tarde, o imperador romano Adriano (117-138) obteve a mesma reação quando proibiu aos judeus circuncidar seus recém-nascidos. No intuito de evitar zombaria e ridículo, alguns atletas judeus que desejavam participar nos jogos helenísticos procuravam tornar-se “incircuncisos” por meio de uma operação destinada a restabelecer certa semelhança de prepúcio.

A circuncisão torna-se um requisito obrigatório na Lei dada a Moisés conforme Levítico 12:
2Fala aos filhos de Israel, dizendo: Se uma mulher conceber e der à luz um menino, será imunda sete dias, assim como nos dias da separação da sua enfermidade, será imunda.
3E no dia oitavo se circuncidará ao menino a carne do seu prepúcio. Levítico 12:2-3.

Isto era tão importante que, mesmo que o 8.º dia calhasse no sabá, a circuncisão teria de se realizar. No primeiro século da Era Cristã, era costume social entre os judeus dar nome ao recém-nascido do sexo masculino no momento da circuncisão. Mas os profetas do Antigo Testamento mostravam que mais importante do que a circuncisão literal é a circuncisão figurativa ou "circuncisão do coração".
(Deuteronômio 10:16; Deuteronômio 30:6; Jeremias 4:4; Jeremias 9:25).
Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração, e não mais endureçais a vossa cerviz.
Deuteronômio 10:16
E o Senhor teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração de tua descendência, para amares ao Senhor teu Deus com todo o coração, e com toda a tua alma, para que vivas. Deuteronômio 30:6.

Circuncidai-vos ao Senhor, e tirai os prepúcios do vosso coração, ó homens de Judá e habitantes de Jerusalém, para que o meu furor não venha a sair como fogo, e arda de modo que não haja quem o apague, por causa da malícia das vossas obras. Jeremias 4:4.

Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me entender e me conhecer, que eu sou o Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor.
Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que castigarei a todo o circuncidado com o incircunciso.
Ao Egito, e a Judá, e a Edom, e aos filhos de Amom, e a Moabe, e a todos os que cortam os cantos do seu cabelo, que habitam no deserto; porque todas as nações são incircuncisas, e toda a casa de Israel é incircuncisa de coração. Jeremias 9:24-26.

Aos judeus insensíveis às palavras dos profetas chama-se figurativamente “incircuncisos” (Jeremias 6:10; Atos 7:51).
A quem falarei e testemunharei, para que ouça? Eis que os seus ouvidos estão incircuncisos, e não podem ouvir; eis que a palavra do Senhor é para eles coisa vergonhosa, e não gostam dela. Jeremias 6:10.

Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais. Atos 7:51.

É a igreja cristã nacional do Egito (copta significa egípcio) e uma das igrejas da Ortodoxia Oriental mais antigas do mundo. A maior igreja cristã do Norte da África, é governada pelo seu primaz, o Papa Tawadros II de Alexandria, juntamente com o seu Sínodo.

A circuncisão aparece pela primeira vez na Bíblia, como o sinal da Aliança de Deus com o povo de Israel, através de Abraão. 
A circuncisão é o corte de parte da pele do prepúcio do membro sexual masculino, conforme:
9Disse mais Deus a Abraão: Tu, porém, guardarás a minha aliança, tu, e a tua descendência depois de ti, nas suas gerações.
10Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós, e a tua descendência depois de ti: Que todo o homem entre vós será circuncidado.
11E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal da aliança entre mim e vós.
12O filho de oito dias, pois, será circuncidado, todo o homem nas vossas gerações; o nascido na casa, e o comprado por dinheiro a qualquer estrangeiro, que não for da tua descendência.
13Com efeito será circuncidado o nascido em tua casa, e o comprado por teu dinheiro; e estará a minha aliança na vossa carne por aliança perpétua.
14E o homem incircunciso, cuja carne do prepúcio não estiver circuncidada, aquela alma será extirpada do seu povo; quebrou a minha aliança. Gênesis 17:9-14.

Ela é uma ordem de Deus para  todos os elementos do sexo masculino que pertencem ao povo de Israel (judeu). Deve acontecer no oitavo dia após o nascimento de todo menino do povo, conforme Gênesis 17:12. Esse procedimento é feito até hoje da mesma forma como Deus ordenou e por pessoas especializadas, geralmente numa cerimônia na casa dos pais das crianças, do povo judeu. Nada mudou na circuncisão desde o tempo de seu início.
É  também uma medida higiênica que ajuda a evitar a contaminação de algumas doenças transmitidas sexualmente.

Pedro e o grupo dos cristãos considerados como judaizantes, entendiam que todos os que não eram circuncidados e que faziam sua adesão a Jesus, também deveriam ser circuncidados, conforme. 
Então alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim os irmãos: Se não vos circuncidardes conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos. Atos 15:1.

Já Paulo entende de outra forma, os cristãos que não eram circuncidados, não precisavam ser circuncidados, pois a essência do cristianismo não está na circuncisão, como é o significado dela para o povo judeu. Para Paulo o importante é a fé em Jesus, pois foi Ele quem nos justificou e não a observância da Lei de Moisés.  Paulo fez uma crítica severa a Pedro e a Barnabé quando estes se afastaram dos cristãos que não eram circuncidados, veja Gálatas 2,11-14. Só depois de muito tempo de reflexão sobre o assunto, no chamado Concílio de Jerusalém, é que aos cristãos que não eram circuncidados, só é pedido que: abstenham-se de carnes sacrificadas aos ídolos, das carnes de animais sufocados e de uniões ilícitas, conforme:
Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação, das quais coisas bem fazeis se vos guardardes. Bem vos vá. Atos 15:29

Resumo
A circuncisão, no povo de Israel, consistia em um talhe de pele praticado em todo indivíduo masculino oito dias após o seu nascimento. O Senhor Deus houve por bem impô-lo a Abraão (séc. XVIII a. C.) e a seus descendentes como sinal da Aliança travada com este Patriarca (cf. Gênesis 17,9-14). Tal devia ser a importância desse rito na legislação de Israel que o varão incircunciso havia de ser considerado como prevaricador da Aliança.
Consciente disto, o rei sírio Antioco IV Epifanes em 167-164 a.C., querendo desviar da religião revelada o povo de Israel, lhe proibiu a praxe da circuncisão Os judeus que então frequentavam os teatros e ginásios dos pagãos, eram objeto de escárnio público; para evitá-lo, não poucos apostataram da fé, cancelando, mediante operação adequada, o sinal da circuncisão existente em sua pele.
A respeito do modo de executar a circuncisão, sabe-se que podia ser praticada mediante lâminas de pedra (cf. Êxodo 4:24-26; Josué 5:3); o seu ministro habitual era o pai da criança ao menos nos inícios da história de Israel (cf. Gênesis 17:12).
E Abraão circuncidou o seu filho Isaque, quando era da idade de oito dias, como Deus lhe tinha ordenado. Gênesis 21:4.

No judaísmo posterior, ou seja, nos tempos de Cristo, havia um oficial especialmente designado para cumprir o rito, que obedecia ao seguinte cerimonial:
A circuncisão se dava geralmente em uma sinagoga, na presença do um mínimo de dez testemunhas e geralmente de manhã. Dois assentos eram preparados no recinto sagrado: um para o padrinho do candidato, o outro para o profeta Elias, que os rabinos imaginavam estar presente, baseando-se em uma interpretação sutil do texto de Malaquias 3:1, combinado com 3 Reis 19:10.
Fazia-se o talhe na criança em meio a louvores e preces dirigidas a Deus.
A seguir, impunha-se o nome à criança, pois o Senhor deu novo nome a Abraão quando lhe prescreveu a circuncisão (cf. Gênesis 17:5): de então por diante, o menino passava a fazer parte do povo de Deus e devia ser reconhecido por seu apelativo característico.
A cerimônia terminava com uma refeição em família. Quando a criança no seu oitavo dia de vida estava doente, esperava-se a cura para fazer a operação ritual. Caso morresse antes do oitavo dia, era circuncidada em seu lençol mortuário sobre o respectivo túmulo, a fim de que não ficasse privada do sinal distintivo da aliança com Deus.
Alguns rabinos afirmavam que o varão, trazendo a marca da circuncisão, não poderia sofrer a ruína eterna após a morte; Abraão, um anjo ou o próprio Senhor cancelariam o sinal sagrado nos pecadores que se perdessem para sempre. Rabi Levi julgava que Abraão ficava à porta da geena (região dos réprobos) a fim de colocar em todo israelita culpado um prepúcio (segmento de pele íntegra) tirado de uma criança falecida sem circuncisão (Bereschith rabba 48 [30a. 49]). — Estas proposições, por muito fantasistas que sejam, têm o valor de atestar a grande estima que Israel devotava à mencionada instituição.

A maior parte dos povos pratica a circuncisão nos jovens, quando entram em puberdade (os árabes que na época era chamados de “Arábia pré-islâmica” a executam aos treze anos de idade, reproduzindo o que se deu em seu famoso antepassado Ismael; cf. Gênesis 17:25. Pode acontecer, porém, que seja aplicada a crianças recém-nascidas. Ismael deu origem ao povo árabe;).
E Ismael, seu filho, era da idade de treze anos, quando lhe foi circuncidada a carne do seu prepúcio. Gênesis 17:25.